Busca sem resultado
jusbrasil.com.br
25 de Abril de 2024
    Adicione tópicos

    Outros - Procurador defende rejeição de queixa-crime contra Eliana Calmon

    Publicado por Nota Dez
    há 12 anos

    O Procurador-geral da República, Roberto Gurgel, requereu ao Supremo Tribunal Federal a rejeição de queixa-crime ajuizada contra a ministra Eliana Calmon pelo juiz federal Moacir Ferreira Ramos, ex-presidente da Ajufer (Associação dos Juízes Federais da 1ª Região). O magistrado alegou ter sido vítima de difamação e injúria numa entrevista concedida pela corregedora à Folha, em março de 2011.

    O jornal revelara no final de 2010 que Ramos era um dos investigados por empréstimos fictícios tomados pela Ajufer junto à Fundação Habitacional do Exército. Foram usados nomes de fantasmas e de juízes associados que desconheciam a fraude.

    Na entrevista, Eliana Calmon confirmou que Ramos havia admitido sua responsabilidade na fraude, e afirmou estar preocupada, porque o caso caminhava para a impunidade: Em 32 anos de magistratura nunca vi uma coisa tão séria, disse a ministra.

    Em junho de 2011, o relator do inquérito, ministro Celso de Mello, determinou a quebra de sigilo do processo e a publicação do nome da ministra por extenso na capa dos autos.

    O episódio marcou um dos primeiros enfrentamentos públicos entre a corregedora e o presidente do Conselho Nacional de Justiça, ministro Cezar Peluso. Temendo que Ramos destruísse provas, e diante da pressão dos juízes lesados, Eliana Calmon determinara, em novembro de 2010, o afastamento de Ramos do cargo de juiz.

    Na semana seguinte, a decisão da corregedora foi referendada, por maioria, pelo CNJ. Mas, durante a sessão, Peluso criticou a corregedora por se ter antecipado ao colegiado.

    No mês seguinte, o ministro Março Aurélio, do STF, concedeu liminar suspendendo o afastamento de Ramos.

    Em julho de 2011, o juiz foi afastado do cargo até a conclusão do processo disciplinar aberto pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região contra quatro ex-presidentes da Ajufer.

    Na queixa-crime, Ramos alegou que a ministra empregou palavras sensacionalistas e de duplo sentido na entrevista à Folha, condenando-o publicamente com visível desprezo ao princípio da não-culpabilidade.

    Em sua defesa, a corregedora anexou correspondência de Ramos na rede dos juízes federais, na internet, em que o ex-presidente da Ajufer admitia a gravidade de seus atos. Na mensagem, Ramos afirmou: Como pude fazer isto, envolvendo amigos, colegas, pessoas que acreditaram, apoiaram e confiaram em mim?

    Ramos não contestou a resposta de Eliana Calmon. Por isso, Gurgel requereu que fosse reconhecida a decadência [perda de prazo para o exercício de um direito] ou rejeitada a queixa-crime, com o arquivamento do inquérito.

    Ele sempre alegou não ter se beneficiado com as operações entre a Ajufer e a fundação do Exército. Em janeiro último, ao comentar a queixa-crime, disse que não serão encontrados em seu patrimônio bens ou valores incompatíveis com seu salário.

    Fonte: Jornal Folha de São Paulo

    • Publicações25714
    • Seguidores64
    Detalhes da publicação
    • Tipo do documentoNotícia
    • Visualizações2
    De onde vêm as informações do Jusbrasil?
    Este conteúdo foi produzido e/ou disponibilizado por pessoas da Comunidade, que são responsáveis pelas respectivas opiniões. O Jusbrasil realiza a moderação do conteúdo de nossa Comunidade. Mesmo assim, caso entenda que o conteúdo deste artigo viole as Regras de Publicação, clique na opção "reportar" que o nosso time irá avaliar o relato e tomar as medidas cabíveis, se necessário. Conheça nossos Termos de uso e Regras de Publicação.
    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/outros-procurador-defende-rejeicao-de-queixa-crime-contra-eliana-calmon/3019571

    0 Comentários

    Faça um comentário construtivo para esse documento.

    Não use muitas letras maiúsculas, isso denota "GRITAR" ;)